Resumos

18ª JAC UFSCar - 2019

Sexta - 07/06/2019

Horário: 19:00 às 20:30

Mesa de Abertura.

Duas perspectivas sobre comportamento verbal

Martha Hübner, William Perez, Júlio de Rose

 

Sábado - 08/06/2018

Horário: 8:00 às 9:30

Palestra 1. 

A atuação do Analista do Comportamento em Políticas Públicas: ação intersetorial local para aumentar a frequência escolar de jovens 

Dra. Roberta Freitas Lemos 

Este trabalho explora a contribuição da Análise do Comportamento para promover mudanças sociais em larga escala, por meio de um caminho didático: identificação de uma questão social, reconhecimento do papel do governo no seu enfrentamento, identificação da contribuição possível da Análise do Comportamento. Como aplicação desse caminho, será relatada uma pesquisa experimental que teve como objetivo aumentar a frequência escolar de jovens de famílias beneficiárias do Programa do Bolsa Família em descumprimento da condicionalidade.

 

Palestra 2.

Oportunidades e desafios para a diversidade comportamental nas mídias sociais

Maria de Lima Wang

As plataformas de mídia social surgiram com potencial de ampliar o ambiente social e enriquecer as interações humanas. Elas são onipresentes, estão às mãos de qualquer um com acesso à internet. Em geral, são “grátis” e fáceis de usar. Facilitam a criação de grupos de interesses comuns, o compartilhamento de experiências, a produção e disseminação de conteúdos multimídia e de forma imediata. Diante das possibilidades oferecidas pela tecnologia, o controle do comportamento de massas deixou de ser privilégio dos grandes grupos de mídia. Pelo menos potencialmente falando, a mídia somos nós. Como descreveríamos nosso comportamento como agentes da mídia social? Estamos provendo melhores práticas do que aquelas a que costumamos criticar na mídia tradicional? Essas são algumas questões sobre as quais refletiremos nesta atividade. Discutiremos semelhanças e diferenças entre a mídia tradicional e a mídia social; enfatizaremos o papel da comunidade verbal. Discutiremos, ainda, oportunidades e desafios para promover diversidade comportamental nas mídias sociais, assim como o potencial da Análise do Comportamento para contribuir com essas questões. .

 

Horário: 10:30 às 12:00

Palestra 1.

Programas de intervenção voltados para pais, professores e alunos

Alessandra Turini Bolsoni-Silva

O Promove-Pais, o primeiro a ser elaborado no contexto de estágio supervisionado em Terapia Comportamental na Unesp-Bauru está em funcionamento há 18 anos e tem sido testado empiricamente com essa população de clínica escola e também em escolas públicas. Tem sido objeto de diversas pesquisas vinculadas ao PPG Psicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem. Na forma de Manual foi publicado em 2018 pela Hogrefe. O programa, com 14 sessões, tem influência da Análise do Comportamento, do campo teórico prático das habilidades sociais e de estudos sobre práticas parentais. Foi também elaborado e validado um roteiro de entrevista que permite avaliar as interações sociais pais-filhos (RE-HSE-P), o qual foi aprovado pelo Conselho Federal de Psicologia, e tem sido útil para avaliar os efeitos do programa. O Promove-Pais foi testado em diversas pesquisas no modelo de grupo e individual, com crianças pré-escolares, escolares e adolescentes com problemas de comportamentos (internalizantes, externalizantes ou ambos). As pesquisas demonstraram aquisição de práticas positivas e redução de práticas negativas, aquisição de habilidades sociais dos filhos e redução em medidas não clínicas para indicadores de problemas de comportamento, com manutenção dos resultados em seguimento de 6 meses.

O Promove-Crianças surgiu do interesse de uma aluna de mestrado, Alessandra Falcão, que gostaria de trabalhar diretamente com crianças com problemas de comportamento. Como se sabe que para problemas de comportamentos o melhor tratamento indicado é a orientação de pais, a minha expectativa era de obter poucos resultados com o programa, mas fui surpreendida positivamente. O programa, com 10 sessões, foi elaborado selecionando-se habilidades sociais empiricamente mais frequentes em crianças sem problemas de comportamento na comparação com as com problemas. Os procedimentos de ensino são lúdicos, envolvendo uso de filmes, brincadeiras e livros. Já no mestrado com amostra de sete crianças, com problemas na família e escola, foi verificada mudança na aquisição de habilidades sociais e redução de problemas de comportamento no setting terapêutico, bem como nas avaliações junto à família (relato e observação) e escola. No doutorado a Alessandra segue avaliando o programa, com crianças com problemas de comportamento na escola e na família, agora em delineamento experimental (20 experimental e 20 controle) e verificou melhora estatisticamente significativa no grupo experimental e não no controle no repertório da criança e também no dos adultos que interagem com ela. Entretanto, nem todas as crianças saíram dos escores clínicos para todos os indicadores avaliados. O que sugere que o programa é eficaz, mas que para crianças com muitos problemas de comportamento é necessário o tratamento combinado com pais e/ou professores. O Promove-Crianças também está publicado na Hogrefe, desde 2016.

O Promove-Professores surge do interesse da doutoranda Natália Pascon Cognetti de trabalhar com essa população. Como já havíamos avaliado em diversos estudos com o RE-HSE-Pr (teste aprovado pelo Conselho Federal de Psicologia) que as interações professores-alunos têm semelhanças com as de pais e filhos, ainda que tenha certas peculiaridades, o Promove-Pais foi base para a elaboração do Promove-Professores. O estudo de Natália contou, inicialmente, com uma pesquisa “piloto” envolvendo o treino de práticas educativas com 7 professores do Ensino Fundamental I, de uma escola particular situada no interior paulista; cada professor indicou 2 crianças com problemas de comportamento internalizantes ou externalizantes. A análise dos resultados apontou aprimoramento nas habilidades sociais educativas dos professores, além de resultados positivos no repertório dos alunos (das 7 crianças indicadas por professores polivalentes, 6 saíram do nível clínico para problema de comportamento para o nível normal, e uma do nível clínico para o nível limítrofe). A realização do treino de HSE segue em duas novas escolas, considerando-se as seguintes variáveis dependentes: saúde mental do docente (medidas de depressão, ansiedade e síndrome de burnout), habilidades sociais educativas do professor e repertório quanto a problema de comportamento das crianças. Participam da pesquisa, com delineamentos experimentais diferentes: 1 escola pública (participam 8 professores, 4 Grupo Controle e 4 Grupo Experimental; 16 crianças e 16 pais/responsáveis que também realizam avaliação do repertório da criança) e 1 privada (10 professores e 20 crianças). Nas análises preliminares é possível observar resultados positivos em ambas as escolas para as habilidades sociais educativas do professor e das crianças indicadas, a partir do relato dos professores, e filmagens das aulas e sessões de intervenção. O estudo também resultou na Cartilha de Habilidades Sociais Educativas para Professores, em fase de publicação.

  

Palestra 2.

Clínica comportamental e terapia feminista

Aline Couto

A terapia feminista, nascida nos EUA no contexto da crítica feminista às ciências e à produção de conhecimento em psicologia, trouxe para o debate questões até então pouco visíveis como parte da psicoterapia tradicional, como o enfoque em variáveis sociais tanto na formação da subjetividade quanto no processo de melhora de clientes; a atenção à relação terapêutica como reprodutora de um modelo social de desigualdade de poder; a culpabilização de mulheres vítimas; o gênero como variável invisível ou interveniente de forma indesejada no processo terapêutico; dentre outras. Serão apresentados princípios da terapia feminista e paralelos com o entendimento comportamental e contextual do mundo promovido pela análise do comportamento, bem como discutidas formas de aplicação destes princípios na clínica comportamental e os desafios que esta aproximação pode trazer.

 

Horário: 14:00 às 15:30

Palestra 1.

Sobre agências de controle e contracontrole popular: o caso do Programa Escola Sem Partido

Diego Mansano Fernandes

Nessa palestra, apresento o embate público entre dois projetos políticos: um à direita, conservador e anti-diversidade, concretizado no Programa Escola Sem Partido; e um à esquerda, em defesa da educação pública e da formação crítica para o exercício da cidadania autônoma. O primeiro é representado pelas tentativas de controle institucional via políticas públicas, em específico por meio do Projeto de Lei que propõe o Programa Escola Sem Partido. O segundo é representado pelo contracontrole social exercido por quatro destacados setores da sociedade: as mídias hegemônicas e anti-hegemônicas; a crítica sistemática do projeto conservador exercida pela academia; a atividade dos movimentos sociais organizados; a resistência interna às próprias agências de controle governamentais. Argumento que esse exercício de análise baseado no conceito de agência de controle é um avanço para o campo e caracteriza um trabalho em Psicologia Social de mediação comportamentalista.

 

Palestra 2.

Pode-se viver sem controle aversivo?

Maria Hunziker

O controle aversivo do comportamento tem sido analisado de forma inadequada,  destacando-se apenas seus efeitos colaterais indesejáveis e seus usos inadequados. A identificação desse tipo de controle com coerção é um exemplo da inadequação de muitas das análises desenvolvidas. A presente palestra tem por objetivo abordar o controle aversivo do ponto de vista conceitual, com base em dados experimentais, sem adotar qualquer postura prescritiva. Serão analisados alguns exemplos de situações cotidianas, individuais e sociais,   que vão nos permitir esboçar uma resposta á questão título.

Horário: 17:00

 

Mesa de encerramento

Desafios da Clínica Comportamental

Thaís Saglietti Meira Barros Rocha e Maria de Jesus Dutra dos Reis

 

Domingo - 17/06/2018

Horário: 8:30 às 12:00

Minicurso 1.

Psicologia comportamental do esporte: analise de contingências individuais e grupais

Eduardo Cillo 

A psicologia do esporte pode ser compreendida tanto do ponto de vista da produção do conhecimento, quanto da prática aplicada. No ambiente acadêmico pesquisas, elaboração de artigos e sistematização de conhecimentos tem ocorrido há diversas décadas no Brasil. Do ponto de vista aplicado o percurso tem sido pouco linear: a opinião pública tem oscilado entre crenças e descrenças sobre a real necessidade e valor da área. Apesar das inconstâncias o saldo tem se mostrado positivo nas duas últimas décadas. O mini curso tem como objetivo concatenar a produção acadêmica e a aplicação prática, oferecendo aos participantes um panorama atual da área a partir da experiência de 25 anos do ministrante.

Minicurso 2.

A centralidade da competência social no campo das Habilidades Sociais: implicações para a prática do psicólogo

Zilda Del Prette e Almir Del Prette

O campo teórico-prático e empírico das habilidades sociais é, historicamente, reconhecido como fundamental para a atuação do psicólogo em diferentes setores, como clínica/saúde, educação, aprendizagem, comunidade, trabalho etc. Um bom repertório de habilidades sociais é entendido como condição necessária, mas não suficiente para a qualidade das relações interpessoais, resolução de problemas e ajustamento saudável. Nesse sentido, defendemos a centralidade do conceito de Competência Social como norteador indispensável da atuação do psicólogo neste campo. Essa perspectiva requer um bom repertório de habilidades sociais do profissional, que deve ser integrado a outros requisitos da competência social tais como: automonitoria/autorregulação, variabilidade comportamental, conhecimento, autoconhecimento e valores. Todos esses requisitos constituem a base para desempenhos interpessoais, cujos resultados atendam aos critérios das dimensões instrumental e ética da competência social. A atualização conceitual proposta revitaliza perspectivas de avaliação e intervenção do psicólogo nos diferentes setores de sua atuação profissional. A exposição será ilustrada com exemplos de aplicações da centralidade do conceito de Competência Social, bem como de suas implicações para a promoção de novas práticas culturais a serem investigadas e promovidas pelo psicólogo em seu papel de agente de transformações socialmente relevantes.

Minicurso 3.

Transtornos Alimentares 

Liane Dahás